Sensação da Vila Olímpica Mário Covas, boxeadora quer ser referência para as mais novas

Com cartel invicto no boxe profissional, Elhem Taynara começou a lutar no equipamento do Governo do Estado

O nome Elhem é bem familiar no boxe. Da França veio Elhem Mekhaled, campeã europeia e mundial. Mas ela não está só. O Brasil tem a sua: Elhem Taynara, 24 anos, pugilista que compete na categoria até 50kg.

Nascida em Arapiraca, nas Alagoas, Elhem mudou-se para São Paulo cedo, aos 11 anos. Hiperativa, sempre praticou esportes, mas nunca havia dado importância a qualquer tipo de luta. Até completar 18 anos, quando conheceu o treinador de boxe Renato Matos, que a levou à Vila Olímpica Mário Covas, equipamento esportivo administrado pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, para participar das aulas ministradas pelo Instituto Adilson Maguila, que ocupa o espaço desde 2006.

“Costumo dizer que eu não escolhi o boxe, foi ele que me escolheu. Nunca fui de brigar, arranjar encrenca. Sou da paz. Aprendi que o boxe não é um esporte violento. Ele pode ser recreativo, terapêutico. No meu caso, encontrei no boxe a chance de ter uma carreira”, diz Elhem.

Não demorou para Elhem se revelar uma grande lutadora. Ágil e com golpes potentes, foi enfileirando vitórias no boxe olímpico. Em 35 lutas, ela venceu 30. Nessa caminhada, levou o Paulista por duas vezes e tornou-se a primeira mulher a conquistar a Forja dos Campeões, tradicional torneio de boxe amador, em 2019. No boxe profissional desde 2021, ela não sabe o que é perder: venceu as três lutas que fez.

O próximo combate de Elhem deve acontecer ainda neste primeiro semestre, e valendo um cinturão muito cobiçado: o de campeã brasileira. “Minha meta para 2024 é ganhar os títulos brasileiro e sul-americano. Depois, é trabalhar forte para disputar o (cinturão) mundial. “

Segunda casa 🏠

Se Elhem é hoje uma pugilista gabaritada, com chances de disputar os principais títulos de sua categoria no Brasil e no exterior, muito se deve ao que ela viveu dentro da Vila Olímpica Mário Covas nos últimos seis anos.

Foi lá, sob as orientações do técnico Renato Matos, que ele pôde vislumbrar pela primeira vez um futuro dentro do esporte. Não por acaso a lutadora considera a Vila Olímpica uma espécie de segunda casa.

“Aqui é a minha casa, é onde me formei, me eduquei. Entrei na Vila Olímpica sem muitas expectativas, mas os treinos me despertaram para o sonho de ser uma lutadora, de vencer na vida. Graças ao que aprendi nesses anos, hoje tiro meu sustento como lutadora e treinadora.”

Além dos cinturões e medalhas, Elhem tem também uma outra missão: incentivar e encorajar outras meninas a praticarem o boxe. “O boxe feminino já sofreu mais resistência, mas hoje em dia ele tem bem mais visibilidade. Temos lutadoras fazendo sucesso em todo o mundo, como a Bia Ferreira (campeã mundial e pan-americana e prata nos Jogos Olímpicos de 2016). Eu quero ser um referência para as garotas mais jovens. Quero mostrar que é possível sim ser uma pugilista de sucesso. Se eu posso, qualquer uma pode.”

Aulas grátis de boxe 🥊

A Vila Olímpica Mário Covas oferece em parceria com o Instituto Adilson Maguila aulas de boxe gratuitas todas as terças e quintas.

Para se matricular é bem simples: basta comparecer ao complexo esportivo, situada na Rodovia Raposo Tavares – Km 19,5, Zona Oeste da capital, às quintas, das 10h às 16h, munido de documento com foto, atestado médico e, para o caso de estudantes, declaração escolar. As aulas acontecem todas as terças e quintas, em quatro períodos (9h-10h, 10h-11h, 14h-15h e 15h-16h). Atualmente, o espaço, que tem 780 m² e conta com um ringue e sacos de pancadas, atende regularmente 250 alunos.

Para mais informações sobre as aulas de boxe, entre em contato no (11) 3785-4292 ou pelo institutomaguila.com.

*Fotos: Matheus Candeloro