Em 1997, Gustavo Kuerten venceu Roland Garros e fez o tênis virar febre no Brasil. Agora, a história pode se repetir, mas dessa vez com o tênis de mesa. O título inédito de Hugo Calderano na Copa do Mundo tem tudo para jogar uma lupa sobre a modalidade.
É o que acredita a comunidade do tênis de mesa no Brasil. É no que se escora Lennon Ie, bolsista do Programa Talento Esportivo, iniciativa da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo, que espera ver novos horizontes se abrindo para o esporte da bolinha e da raquete.
Lennon, de 23 anos, conheceu o tênis de mesa de maneira inusitada. "Minha mãe trabalhava numa associação que tinha aulas de tênis de mesa. Me interessei pelo barulho da bolinha, aí pedi para participar de uma aula teste e gostei", diz ele.
Dos treinos recreativos supervisionados pela mãe às viagens pelo estado de SP para competir foi um pulo. Lennon passou a jogar os principais campeonatos de sua categoria e, vez ou outra, beliscava um troféu. Conquistou o bicampeonato brasileiro por equipes e faturou Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior Horácio Baby Barioni, competições organizadas pela Sesp.
Desde 2019, Lennon treina e compete pelo Ituano, clube da cidade de Itu. Ele segue na batalha para um dia ser um dos melhores mesatenistas do Brasil e jogar um torneio no exterior, mas seu propósito no esporte vai além. Lennon tem planos de ser professor.
"Meu grande sonho é abrir um clube para ensinar tênis de mesa às criançaa e jovens, especialmente aos mais carentes, que nunca tiveram contato com a modalidade", explica o mesatenista, que conta com a ajuda providencial de Calderano para tirar seu projeto de vida do papel. "[O título] do Calderano rompeu a bolha, trouxe mais visibilidade para o tênis de mesa. Só o fato dele estar jogando e conseguindo bons resultados fará com que mais pessoas se interessem. Isso ajuda também na materialização do meu projeto em oferecer aulas de tênis de mesa. Acredito que o público vai aumentar."
Tênis de mesa na Sesp
O tênis de mesa é bastante atuante nos programas de ações da Sesp. A modalidade está presente no quadro fixo de cinco competições do calendário (Jogos Regionais, Jogos Abertos do Interior Horácio Baby Barioni, Jogos da Melhor Idade, Jogos Abertos da Juventude e Jogos Escolares).
No Programa Talento Esportivos, são sete mesatenistas contemplados. Dois deles, Matheus Cândido e Lucas Fonseca, são cadeirantes.
O Programa de Desenvolvimento Paralímpico, desenvolvido em parceria entre as secretarias estaduais de Esportes e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, oferece aulas de tênis de mesa em sua grade.