qua, 06/03/2024 - 12h50
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Mês da Mulher: Helena Reis fala sobre vida de corredora e identificação com Daiane dos Santos

Secretária de Esportes do Estado de SP pegou gosto pela corrida de rua em 2011

Helena dos Santos Reis foi empossada secretária de Esportes do Estado de São Paulo em janeiro de 2023, mas o esporte já está no dia a dia da coronel há muito mais tempo. Ela corre regularmente desde 2011 🏃‍♀️.

Para celebrar o Mês da Mulher em grande estilo, Helena, primeira mulher a ocupar a cadeira de secretária de Esportes do Estado em 20 anos, abre o jogo e fala sobre a sua relação com o esporte e as referências que abraçou ao longo da vida, como a ginasta Daiane dos Santos.

Como a corrida entrou na sua vida?

Sempre gostei de atividade física. Comecei com o atletismo, lá nos tempos da Academia da Polícia Militar do Barro Branco. A corrida eu comecei de fato em 2011. Conheci um grupo de pessoas na academia que corria na rua. Gostei da dinâmica e me juntei a eles. Peguei gosto e não parei mais. . Já corri provas de 5km e 10km. Ganhei medalhas, mas faço isso principalmente por conta do condicionamento físico. Hoje, corro no mínimo três vezes por semana.

Qual o melhor tempo que fez em uma prova?

Sinceramente, não me preocupo com tempo. Corro pela interação social, por vencer meus próprios desafios. Esse negócio de competir pelas primeiras posições, de perseguir índices, não é comigo.

Em quais aspectos o esporte mudou a sua vida?

Olha, vou te falar que mudou a minha disposição. Sou mãe, trabalho o dia todo, tenho agora uma segunda carreira depois de mais de 30 anos na Polícia Militar. O esporte me dá esse bem-estar, a corrida acalma minha mente, me dá energia para lidar com coisas mais complexas. É no esporte, encontro o meu equilíbrio.

Helena Reis entrou no universo das corridas de rua em 2011

Quais as maiores referências femininas que você tem no esporte?

São várias, difícil apontar apenas uma. Cresci assistindo a Hortência. Teve também aquela geração do vôlei feminino, liderado pela Virna, que foi medalhista olímpica. A Marta sempre foi uma batalhadora. A Daiane dos Santos é outra figura importante.

E se você pudesse viver a vida e as conquistas de uma atleta, quem escolheria?

Acho que a Daiane dos Santos. Ela tem uma história muito bonita. Fiquei entusiasmada com o surgimento dela, em todos os lugares só se falava em ginástica. Tem também a questão da identificação, uma mulher negra, algo tão raro na ginástica.

Acha que o esporte é uma ferramenta transformadora de vidas?

Com certeza! O esporte é fantástico em muitos sentidos. Ele ajuda a ter disciplina, concentração, a saber trabalhar em equipe. O jovem que tem contato com o esporte ganha um preparo para atuar em qualquer área, e em outras fases da vida, é possível verificar a recuperação da autoestima, da socialização, sobretudo com o idoso e a pessoa com deficiência.

Como vê o atual panorama da mulher no esporte? Acha que houve avanços em relação a igualdade de oportunidades?

As mulheres evoluíram muito no cenário esportivo, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Não faz muito tempo que as mulheres eram proibidas de praticar esporte. A questão do patrocínio e do incentivo à população feminina é um fenômeno recente, mas ainda é precária. As coisas estão mudando, mas ainda é muito mais difícil para a mulher viver do esporte.

Mês da Mulher

Março é o mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Em 1975, o 8 de março foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países como um dia de protesto pelos direitos femininos.

*Fotos: Circuito Mais Mulher e acervo pessoal